Queria saber o que escrever, mas é complicado, não sei o que há de errado, só sei que vivo pela metade, tropeçando nas coisas (literalmente e figurativamente), até para uma pessoa como eu, estou me sentindo estranha, as pessoas me olham conversam comigo achando que tudo está perfeitamente normal, não sabem o que eu sinto, o que se passa pela minha cabeça, são poucos os momentos em que eu estou prestando atenção, na aula, numa conversa ou em qualquer outra coisa, tem vezes em que eu tenho que lembrar de respirar, porque até disso eu estou esquecendo, o mundo real continua chato, deplorável, cansativo, sádico como se não valesse a pena ser vivido mas o MEU mundo, o mundo em que eu vivo é escuro, pequeno, mas é aconchegante, não tem muitas coisas, ou muitos pensamentos, ele simplesmente gira em torno das mesmas coisas, não é o mais feliz mas tem seus momentos bons, momentos de sorriso, gira apenas em torno das coisas que me importam, gira em torno do meu presente triste e confuso, em torno da tentativa de se apegar a dor só pra ver se consigo esquecê-la e não consigo, gira em torno de pouquíssimas pessoas, com as quais eu posso conversar, porque as outras simplesmente não entendem, nunca passaram por isso, gira em torno da surpresa em me importar menos com coisas que"não são minha prioridade", gira em torno do sonho do meu futuro brilhante (música, teatro, dança), gira em torno de um salgadinho caro, que eu juro pra você funciona que nem remédio e "cura até coração partido", gira em torno de filmes que são usados como armas por uma mente que simplesmente tem necessidade de distrações, distrações que funcionam por pouco tempo, mas funcionam isso é o necessário, mas eu ainda acredito que eu gosto de sofrer é impossível, às vezes acho que sou louca, porque eu converso com as pessoas da minha idade e a vida delas é estudar, ir pra casa, estudar, ir pra casa, mas é como se no cérebro delas, tivesse alguma barreira contra a atividade de pensar em alguma coisa que não seja a escola, é triste e estranho mas o que eu posso falar sobre isso não é !?
Mas no fundo é isso ai, e assim vou vivendo, aos poucos, insanamente, alguns machucados ao longo do caminho são preço pequeno a pagar pelo o que eu quero : o desconhecido.
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